segunda-feira, 30 de maio de 2011

Continuação*

A melancolia deu-lhe o braço, encontrava-se sozinha naquelas 4 paredes novamente, como os dias passavam rápido, já iam 4 dias desde que não o via, desde que não ouvia a sua voz, o seu respirar, não o ouvia a insistir que a amava e ela começava a acreditar que era isso mesmo que tinha acontecido, tinha-a deixado de amar e agora ela ia ter de viver com isso, com o sentimento de perda, arrependimento e saudade. Julgava que já tinha custado mais mas quanto mais dias sentia passar mais a dor aumentava, mais o buraco no seu peito se aprofundava e ela não via solução. Tinha vontade de lhe ligar só para ouvir o respirar, tinha vontade de voltar a ir ter com ele mas sabia que não o devia fazer. Sabia que se ele já tinha desistido em tão pouco tempo de nada valeria ir agora atrás de novo, talvez já ele estivesse a pensar numa próxima relação, na sua própria felicidade e ela não passasse de mais uma na sua vida. Desejava tanto que assim não fosse mas já era difícil pensar de outra forma.

Foi então que pegou no seu diário e começou a escrever sem saber bem o que dizer, só sabia que tinha de escrever antes de explodir.

“E faz hoje 4 dias que deixaste de me dar noticias tuas, de me mostrar que me querias como antes, ou que acreditavas que esta situação mudasse. Acho que no fundo eu era capaz de te perdoar, ou se calhar talvez já te tivesse perdoado e só queria ser casmurra, ou talvez o ódio ainda cá esteja mas escondido, adormecido, sabe-se lá. Neste momento só fui capaz de pegar no casaco que me deste, sei que não tem o teu cheiro mas eu sinto como se ele ainda cá estivesse apesar de já não estar. Faz-me sentir perto de ti ais um pouco, sei que já o devia ter arrumado na caixa de recordações mas eu não quero que tudo o que passamos seja uma mera recordação. Volta, volta porque somos duas metades. Só juntos ficamos um. Amo-te”


Ao ler o que escrevera já as lágrimas corriam, já o esgotamento voltara, já a vontade de desistir de tudo regressara. E já só queria adormecer e não voltar a acordar. Só queria puder tirar o coração e puder cura-lo de novo. Que dor gigantesca era aquela? Que dor tão grande a tomava, a consumia e a impedia de sorrir. 
Que dor sentia capaz de destruir todo o mundo à sua volta. 

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me ;)

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Sou cheia de manias. Tenho carências insolúveis. Sou teimosa. Hipocondríaca. Raivosa, quando sinto-me atacada. Não como cebola. Só ando no banco da frente dos carros. Mas não imponho a minha pessoa a ninguém. Não imploro afeto. Não sou indiscreta nas minhas relações. Tenho poucos amigos, porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você escolhe para contar os seus segredos. Então, se sou chata, não incomodo ninguém que não queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham uma chata, por isso me querem ao seu lado. Acho sim, que, às vezes, dou trabalho. Mas é como ter um Rolls Royce: se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um Passat.